terça-feira, 17 de abril de 2012

Plenitude

                                                                           Virgílio Siqueira 


                                                     Essa poesia me foi enviada por um amigo, um
                                                         verdadeiro poeta! Espero que apreciem.
                                            
    

Minhas pernas não são minhas
Meus pés também não são meus
Meus passos são todos teus
Porque todos em tua direção

Da mesma forma
Não me pertencem meus braços
Afeitos aos mais ternos abraços
Em teu corpo
Para se fazerem também teus

Não são meus, meus olhos
São teus
E só são meus
Quando enxergam na superfície de tua pele
A suavidade de tua aura
Ou, imersa em teu corpo
A plenitude clara de tua alma

Também não são minhas, minhas mãos
Se não é para mim que as tenho
É para ti que com elas teço e desenho
Com raiares de luas e estrelas
O mais sublime dos sonhos

Não são minhas
Minha boca e minha língua
Serão para sempre tuas
Em palavras e beijos

Para o fogo dos teus afagos
E o afã dos teus desejos

Meu também não é meu sono
Porque, quando no mais completo abandono
Somente encontro, em sonhos
O porto do teu corpo
Meu abrigo

Porém, são meus todos os meus sonhos
Porque o melhor de todos eles
É sempre contigo

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